Sheba Medical Center realiza procedimento inovador para o tratamento de epilepsia

Em um procedimento de última geração, uma bomba para injeção de medicamentos diretamente no cérebro foi implantada em um paciente no Sheba, em Israel. Este tratamento, cuja droga foi desenvolvida nos EUA, é visto como um grande avanço e, até hoje, foi realizado em apenas cinco portadores dessa doença do sistema nervoso central em todo o mundo.

Um paciente com epilepsia, que não respondeu a nenhum tratamento medicamentoso ou cirúrgico, passou por um procedimento inovador na semana passada, visando prevenir convulsões causadas por esse distúrbio pela primeira vez em Israel.

O procedimento de última geração ocorreu no Sheba Medical Center, onde os cirurgiões implantaram uma bomba que vai injetar uma droga especial diretamente no cérebro do paciente. Este medicamento foi desenvolvido nos Estados Unidos após muitos anos de pesquisas e experimentos clínicos.

Cateter Especial

O chefe da Neurocirurgia Funcional e Estereotáxica e Ultrassom Focado do Sheba Medical Center, Dr. Zion Zably, que realizou o procedimento, disse que "um cateter especial foi implantado no cérebro do paciente, conectado a uma bomba implantada no abdômen do paciente com o medicamento”. O cateter é inserido em uma área específica do cérebro, permitindo que a droga se espalhe pelas meninges do cérebro, resultando em uma redução dramática da frequência de convulsões.

 "O paciente não havia respondido a nenhum tratamento, cirúrgico ou não, e havíamos ficado sem opção", disse o Diretor do Serviço de Epilepsia e Eletroencafalograma (EEG) e Vice-Diretor do Departamento de Neurologia do Sheba, Prof. Nicola Maggio.

Tratamento direito no cérebro

"Este procedimento inovador traz mudanças fundamentais na forma como a epilepsia é tratada em dois aspectos", disse Maggio. "Se o problema está no cérebro, o tratamento medicamentoso deve ser administrado diretamente no cérebro e não pela boca. Quando passa pelo sistema digestivo, uma dose reduzida [do tratamento] chega ao cérebro. A bomba de transplante e o cateter, em conjunto, nos permite fornecer uma concentração estável da droga ao cérebro", disse Maggio.

"Esta inovação nos permite manter o cérebro intacto e poupar o paciente das consequências funcionais e cognitivas da remoção de parte do cérebro", disse o Prof. Maggio referindo-se às opções de tratamento disponíveis.

De acordo com ele, outros candidatos serão submetidos à este procedimento, após terem sofrido uma alta taxa de convulsões que afetaram sua qualidade de vida e que causam frequentes lesões.

O diretor do Hopital de Reabilitação Conjunta do Sheba Medical Center, dr. Amitai Ziv, disse que o novo tratamento é um avanço no tratamento da epilepsia. "Essa inovação nos ajudará a tratar outras doenças do sistema nervoso central que, até agora, não tinham tratamento adequado no mundo da medicina."

 

Por Rina Drigov – YnetNews

https://www.ynetnews.com/health_science/article/rjd1pboot


A doce solução dos nutricionistas do Sheba para a depressão geriátrica

Com criatividade, nutricionistas do Sheba Medical Center inovam na maneira de administrar nutrientes para pacientes idosos

Durante o auge do surto de COVID-19 em Israel - quando nenhum visitante era permitido nos hospitais - nutricionistas do Sheba Tel Hashomer Medical Center observaram que os pacientes geriátricos estavam rapidamente se tornando deprimidos, se alimentando mal e com baixa qualidade nutricional.“Nossa única opção era dar a eles suplementos nutricionais líquidos”, disse Meital Benjamin, nutricionista do Sheba Medical Center. “Os pacientes recebiam uma refeição nutritiva - 330 calorias e 20 gramas de proteína - em uma pequena garrafa.”

Fazer com que pacientes geriátricos tomem seus suplementos às vezes pode ser difícil, mesmo nos melhores momentos.Com a pandemia e o início de depressão que alcançou uma grande parte da população, uma solução criativa era necessária para administrar esses suplementos da maneira mais eficaz possível.

“O estado mental de nossos pacientes é de extrema importância para nós”, disse Dana Weiner, Diretora da Divisão de Nutrição do Sheba Medical Center, que iniciou o projeto junto com o Dr. Gilat Shenhav-Zaltzman, também do hospital. “Os pacientes devem ser capazes de se ajudar mentalmente para se sentirem melhor. Juntamente com todos os tratamentos médicos de qualidade que nossos pacientes recebem aqui, eles precisam dos suplementos nutricionais para alcançar uma boa energia física, necessária para sua completa melhora”.

Sorvetes para combater a depressão

A solução foi alcançada graças à doação de uma máquina de fazer sorvete para o hospital. Os suplementos líquidos são colocados na máquina e, 45 minutos depois, um sorvete à base de suplementos nutricionais está pronto para consumo. Este sorvete é uma opção saudável de “comfort food” (comida afetiva) para os pacientes geriátricos e, de acordo com a equipe e os pacientes, também é saboroso.

Estes suplementos, servidos no hospital entre o café da manhã e o almoço, são servidos em copos iguais aos das sorveterias e em quatro sabores - chocolate, baunilha, banana e cacau. Vale destacar que, quando ingeridos na forma líquida, os suplementos podem ter um sabor desagradável devido às vitaminas adicionadas, mas, quando congelados, têm gosto de sorvete de verdade.

“A resposta ao novo sorvete tem sido incrível”, diz Meital Benjamin, que dirige o processo junto com sua colega nutricionista Ayelet Gur-Arie, do Sheba Medical Center. “É muito melhor do que dizer aos pacientes 'bebam isso'. E é tão gostoso que todos os pacientes têm pedido uma segunda porção”

“A última coisa que esperava receber, enquanto estava hospitalizada, era sorvete!”, comemora Rachel Sasson, de 78 anos, que está em tratamento no Sheba há vários meses. “É como ganhar um mimo. O sorvete é delicioso e aquece meu coração.


Projeto israelense-americano usa ondas de ultrassom para tratar Alzheimer e outras patologias

Médicos do Sheba Medical Center e da West Virginia University estão usando uma tecnologia especialmente desenvolvida em Israel para administrar o tratamento diretamente no cérebro, de maneira não invasiva.

Com o objetivo de tratar a doença de Alzheimer - uma doença neurodegenerativa que afeta mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, com seis a sete milhões de novos casos a cada ano -, um projeto israelense-norte-americano está utilizando tecnologia de ultrassom, de última geração, desenvolvida em Israel. Essa doença é a causa de 60% a 80% dos casos de demência e, até agora, nenhum tratamento eficaz foi encontrado.

Cooperação Sheba Medical Center e Rockefeller Neuroscience Institute da West Virginia University

A cooperação entre o Dr. Zion Zibly, diretor de Neurocirurgia do Sheba Medical Center em Tel Hashomer, e o Dr. Ali Rezai, chefe do Rockefeller Neuroscience Institute da West Virginia University, pretende combater a doença utilizando ondas de ultrassom não invasivas para tratar diretamente o cérebro, sem risco e sem necessidade de cirurgia.

“Esta tecnologia nos permite ultrapassar, temporariamente e com segurança, a barreira hematoencefálica - uma barreira nos vasos sanguíneos que geralmente impede que anticorpos ou grandes moléculas de medicamentos cheguem ao cérebro”, disse Rezai.

“Nos últimos cinco anos, temos trabalhado juntos usando ondas de ultrassom para tratar tremores, sejam produzidos por Parkinson ou por outras causas”, disse ele. “O paciente chega à clínica, usa um capacete que envia as ondas para o cérebro e volta para casa em duas horas”.

Aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA

Este procedimento já foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA. Agora, a dupla está se concentrando em usar o mesmo sistema para atacar outras doenças cerebrais.

“Em nossos estudos e testes clínicos iniciais, pudemos mostrar uma redução tanto nas placas cerebrais, principal característica do Alzheimer, como na progressão da doença”, observou Rezai. “Estamos muito otimistas.”

Participaram do ensaio clínico dezoito pacientes com Alzheimer leve. Os primeiros pacientes começaram a ser tratados há cerca de três anos. O ensaio está agora em processo de expansão e espera-se obter aprovação total em alguns anos.

Em Israel, Sheba já oferece este procedimento para tremores há vários anos. “Somos o principal centro que oferece este tratamento no Oriente Médio e na Europa, e temos muitos pacientes vindos do exterior”, disse Zibly.

Sheba também está começando a usar ondas de ultrassom para tratar a epilepsia, e a equipe de cientistas norte-americanos e israelenses também está estudando a aplicação de ondas de ultrassom no tratamento de tumores cerebrais. “Estamos trabalhando juntos neste assunto e, especificamente, em glioblastoma, um tipo de câncer cerebral”, disse Rezai.

Os glioblastomas estão entre as formas mais agressivas de câncer e costumam causar a morte dos pacientes em 18 meses. “Com esta tecnologia, somos capazes de ultrapassar a barreira hematoencefálica e administrar quimioterapia no cérebro com um nível de eficácia muito maior”, observou Rezai.